Cálcio Iônico

O cálcio apresenta papel chave na transmissão do impulso nervoso, contração muscular, coagulação sanguínea e sinalização intracelular.
O cálcio iônico é a fração biologicamente ativa do cálcio sérico total, representando cerca de 50% deste.
Os níveis de cálcio iônico independem da albumina, o que torna sua dosagem especialmente útil em condições clínicas que cursam com alterações na concentração sérica de proteínas, como Doença Renal Crônica, Síndrome Nefrótica, síndromes de má-absorção e mieloma múltiplo. Por outro lado, a ligação do cálcio a proteínas plasmáticas é influenciada pelo pH e a acidemia tende a aumentar sua fração ionizada.
Para impedir que o acúmulo de ácido lático e o contato da amostra com o ar afetem a dosagem de cálcio iônico, a etapa pré-analítica requer alguns cuidados especiais, como evitar o uso de torniquete na coleta, preencher completamente os tubos e mantê-los fechados até o momento da análise.
Vários estudos demonstram que o cálcio iônico é um parâmetro mais sensível que o cálcio total para o diagnóstico de Hiperparatireoidismo Primário, que se baseia no achado de cálcio sérico elevado acompanhado de Paratormônio (PTH) elevado ou não suprimido. Valores aumentados de cálcio iônico também são observados na presença de tumores produtores de PTH, em outras malignidades e na hipervitaminose D. Valores diminuídos são encontrados no Hipoparatireoidismo Primário, na hipovitaminose D, quando há hipomagnesemia, alcalose, e em situações como pós-operatório de cirurgias de grande porte, trauma, sepse, queimadura, pancreatite, e após transfusão de sangue contendo ânions que formam complexos com o cálcio livre, como o citrato.

 

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