Hepatite B - HBsAg

A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) é endêmica no mundo e é causada por um vírus envelopado de DNA circular, da família Hepadnaviridae. A cronificação da doença, ou seja, a persistência do vírus por mais de seis meses, ocorre em aproximadamente 5% a 10% dos indivíduos adultos infectados. O risco de cronificação é maior na transmissão vertical, podendo chegar a 90% nos casos de gestantes com evidencia de replicação viral e nas crianças infectadas antes dos 5 anos de idade (70-90% de cronificação). O quadro clínico da infecção crônica por HBV pode variar de estado de portador assintomático à quadro de hepatite crônica ativa, com evolução para a cirrose hepática e câncer hepatocelular. O antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg), também conhecido como antígeno Austrália, é o primeiro marcador identificado no sangue e, na maioria dos indivíduos infectados, pode ser detectado cerca de 30 dias após a infecção. Na infecção aguda, o HBsAg desaparece 1 a 2 meses após o início dos sintomas. A infecção crônica por HBV é definida pela persistência do HBsAg por período maior que 6 meses. A presença do HBsAg é habitualmente associada a replicação do HBV e infectividade, especialmente na presença de HBeAg (Antígeno E do VHB) e/ou HBV-DNA detectável. De acordo com o Manual Técnico para o Diagnóstico das Hepatites Virais do Ministério da Saúde (2016), o diagnóstico da infecção por Hepatite B deve ser realizado através de fluxogramas de diagnóstico. Resultados de HBsAg reagentes devem ser confirmados com biologia molecular (RT-PCR quantitativo ou qualitativo para vírus da hepatite B) ou anti-HBc total (anticorpo contra o core do vírus da hepatite B). Estes fluxogramas são adequados para identificação da infecção por HBV em indivíduos maiores de 18 meses. A detecção de anticorpos pode persistir até os 18 meses e decorre da passagem transplacentária de anticorpos maternos do tipo IgG. Em caso de resultado não reagente ou discordância entre o primeiro e segundo teste e permanecendo a suspeita de infecção, deve-se coletar uma nova amostra após 30 dias. Para indivíduos com suspeita de infecção por HBV que não possuem HBsAg detectado recomenda-se a utilização de testes moleculares para descartar o diagnóstico de Infecção Oculta por HBV. Devido as características do teste (teste de screening com alta sensibilidade), resultados falso-positivos podem ocorrer, especialmente quando se obtém valores próximos aos valores de corte (Cutoff). Vacinação recente de Hepatite B pode causar positividade transitória do teste.

 

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