Mutação V617F no Gene JAK2
Mielofibrose (MF), policitemia Vera (PV) e trombocitemia essencial (TE) são um grupo heterogêneo de desordens do sistema hematopoiético coletivamente chamadas de neoplasias mieloproliferativas (NMP) com cromossomo Filadélfia negativo.
As NMPs são caracterizadas por um perfil sintomático complicado e risco de evolução para leucemia mieloide aguda associada a uma baixa resposta à terapia e menor sobrevivência (ver).
O desenvolvimento de terapias-alvo tem promovido uma melhora significativa nos sintomas relacionados à doença e na qualidade de vida dos pacientes.
A classificação, diagnóstico e manejo da NMP dependem diretamente da identificação de mutações "drivers" nos genes JAK2, CALR e MPL. De acordo com o NCCN (National Comprehensive Cancer Network), pacientes com suspeita de NMP devem ser analisados por FISH ou RT-PCR para a presença de transcritos BCR-ABL1 e excluir o diagnóstico de leucemia mieloide crônica.
Além disso, todos os pacientes devem ser testados para a presença da mutação JAK2 V617F e caso o resultado seja negativo, pacientes com MF e TE devem ser submetidos ao teste molecular para mutações nos genes MPL e CALR.
O estudo da mutação no éxon 12 do gene JAK2 deve ser realizado em pacientes com suspeita de PV e negativos para JAK2 V617F. Mutações ativadoras no gene que codifica o receptor da trombopoetina (MPL W515L/K) são reportadas em aproximadamente 5-8% de todos os pacientes com MF e 1-4% dos pacientes com TE.
Pacientes com MF que possuem mutações no gene MPL apresentam menores níveis de hemoglobina no momento do diagnóstico e aumento do risco de dependência de transfusão.
Além disso, estes pacientes demonstram um prognóstico intermediário e alto risco de trombose quando comparados à pacientes com mutações no gene CALR.
Já em pacientes com TE a presença da mutação foi associada com alto risco de transformação fibrótica.