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Peptídeo Natriurético - NT-proBNP

A síntese e a secreção dos peptídeos natriuréticos são estimuladas principalmente pela sobrecarga cardíaca de volume ou pressão, como observado, por exemplo, na Insuficiência Cardíaca e na Doença Renal, mas fatores como isquemia miocárdica e modulação endócrina e parácrina por neuro-hormônios e citocinas, respectivamente, também são importantes. Isso faz com que os peptídeos natriuréticos estejam elevados em decorrência de uma variedade de causas cardíacas e não-cardíacas. Os peptídeos natriuréticos apresentam grande utilidade em caso de suspeita de Insuficiência Cardíaca, guiando a investigação diagnóstica em pacientes com dispneia aguda e em pacientes da atenção primária que apresentam sintomas leves. Sua dosagem também está indicada em uma série de outras situações como na avaliação prognóstica de pacientes com doenças cardiovasculares estabelecidas, como infarto do miocárdio, valvopatias cardíacas, embolia pulmonar, além da própria Insuficiência Cardíaca. A dosagem de peptídeos natriuréticos na admissão hospitalar ou durante a internação também é útil para estratificação de risco independentemente da causa da hospitalização. O NT-proBNP e o BNP são moléculas liberadas na circulação em proporções equimolares após a clivagem do proBNP, mas a meia-vida biológica do NT-proBNP é cerca de seis vezes mais longa, fazendo com que sua concentração sérica seja mais elevada. Portanto, os pontos de corte são diferentes e as concentrações de BNP e NT-proBNP não são intercambiáveis. O NT-proBNP também apresenta maior estabilidade in vitro. Em termos de utilidade clínica, não há diferença entre BNP e NT-proBNP, a não ser em pacientes em uso de Nesiritide (peptídeo sintético, homólogo ao BNP endógeno). No estudo ICON (International Collaborative for NT-proBNP), foram estabelecidos pontos de corte de NT-proBNP para exclusão de Insuficiência Cardíaca e pontos de corte relacionados à idade para seu diagnóstico em pacientes com função renal normal ou levemente alterada, conforme descrito abaixo: Pacientes com menos de 50 anos: NT-proBNP abaixo de 300 pg/mL apresenta valor preditivo negativo de 98% na exclusão de Insuficiência Cardíaca aguda em pacientes com dispneia. Valores acima de 450 pg/mL indicam que Insuficiência Cardíaca é a provável causa da dispneia na ausência de insuficiência renal. Pacientes com 50 a 75 anos de idade: NT-proBNP abaixo de 300 pg/mL apresenta valor preditivo negativo de 98% na exclusão de Insuficiência Cardíaca aguda em pacientes com dispneia. Valores acima de 900 pg/mL indicam que Insuficiência Cardíaca é a provável causa da dispneia na ausência de insuficiência renal. Pacientes acima de 75 anos de idade: NT-proBNP abaixo de 300 pg/mL apresenta valor preditivo negativo de 98% na exclusão de Insuficiência Cardíaca aguda em pacientes com dispneia. Valores acima de 1800 pg/mL indicam que Insuficiência Cardíaca é a provável causa da dispneia na ausência de insuficiência renal. É importante ressaltar que os resultados devem ser interpretados levando-se em consideração a função renal e o Índice de Massa Corporal. Caso o Ritmo de Filtração Glomerular seja menor que 60mL/min/1,73m2, o ponto de corte de 1200 pg/mL é mais adequado para exclusão de Insuficiência Cardíaca em caso de dispneia aguda. Em pacientes obesos, sugere-se a utilização de pontos de corte cerca de 50% mais baixos. Para pacientes da atenção primária com sintomas leves, o ponto de corte de NT-proBNP de 125 ng/mL é o recomendado pelos guidelines da European Society of Cardiology (ESC) para exclusão de Insuficiência Cardíaca com alto valor preditivo negativo.

 

Resultados